terça-feira, 1 de março de 2011

O ANTICRISTO

Considerações gerais

O termo anticristo ocorre apenas quatro vezes na Bíblia, todas elas nas cartas do apóstolo João. As passagens são 1 João 2:18 , 2:22 , 4:3 e 2 João 1:7, onde o termo anticristo é definido como um "espírito de oposição" aos ensinamentos de Cristo. O Cristianismo crê, no entanto, que este "espírito" seja uma personificação de um "messias demoníaco" que virá nos últimos dias. Por essa razão, os cristãos creem que este anticristo é descrito em outros textos, tais como o livro de Daniel, as cartas de Paulo (como "o homem do pecado") e o Apocalipse como a "Besta que domina o mundo". Para certos grupos cristãos, incluindo a Igreja Católica, tal Besta chegou a ser personificada através do imperador romano Nero.

Ao longo da história, diversas correntes cristãs acusaram-se entre si ou atribuíram aos seus inimigos a designação de "anticristos", sendo exemplos de utilização de tais argumentos, a utilização pela apoiantes ou opositores da Reforma Protestante, durante o Cisma Papal, nas cruzadas (como referência ao profeta Maomé) e em diversos outros acontecimentos.

Atualmente, o termo é bastante popular sobretudo no meio cristão protestante, onde existe uma interpretação por parte de muitos grupos de que o Anticristo será uma pessoa que se oporá aos mandamentos da Bíblia e organizará uma sociedade baseada em valores outrora atribuídos ao paganismo, onde todos os cidadãos poderão ser controlados através de uma marca na mão ou na testa à semelhança da marca que os romanos impunham sobre seus escravos, e que seria o número 666. Este Anticristo, por fim, seria derrotado por Cristo em sua segunda vinda, quando se estabelecer seu reinado milenar.

Outros observadores consideram também que o termo Anticristo poderá estar ligado aos modernos movimentos satânicos.

Outros já observam que o anticristo falado pelos apóstolos cristãos do primeiro século era alguém que já atuava naqueles dias. Não era personagem de um futuro tão distante, nem futuro próximo. O apóstolo disse: "...anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo".

[editar] Visões através da história

Policarpo alertou aos filipinos que todos os que pregassem uma falsa doutrina seria um anticristo.[1]

  • Irineu especulatou que seria “muito provável” que o anticristo poderia ser chamado Lateinos, que é o grego de “homem latino”.[2]
  • São João Crisóstomo alertou contra especulações e antigas histórias sobre o Anticristo, dizendo, “Não nos deixe saber sobre estas coisas”. Ele pregou que conhecendo as descrições de Paulo do Anticristo em 2 Tessalonissences, os cristãos evitariam a decepção.[3]
  • Agostinho de Hipona escreveu: “é incerto em qual templo o Anticristo deve se estabelecer, e ainda se será na ruína do templo que foi construída por Salomão, ou na igreja.”[4]

[editar] Alcunhados de Anticristo

  • Assim como Nero foi estigmatizado como anticristo pelos cristãos que perseguia, também Napoleão foi tachado como tal pelos seus inimigos ingleses, o que contribuiu como peça de propaganda pró-britânica;
  • Adolf Hitler também foi acusado de ser o anticristo, tanto pelos judeus que perseguia quanto pelos seus inimigos, os Aliados. A braçadeira, a saudação da mão direita e a marca recebida pelos presos nos campos de concentração foram identificadas como sinais da besta;
  • Osama Bin Laden;

[editar] O reinado

Algumas doutrinas protestantes acreditam que a dominação mundial pelo Anticristo acontecerá após o arrebatamento do povo de Deus (Mateus 24:40,41), esse período é chamado de período pré-tribulacional, porque acontecerá antes da grande tribulação.

[editar] A derrota

De acordo com a interpretação comum da Bíblia, o Anticristo será derrotado no retorno de Jesus Cristo à Terra, e lançado no lago de fogo e enxofre, a que se chama "segunda morte"; A isso se seguirão mil anos de reinado de Cristo, e, por fim, o Julgamento Final a chegada da Nova Jerusalém

[editar] A Reforma Protestante e Reforma Católica

Na Reforma Protestante, Martinho Lutero, João Calvino, Thomas Cranmer, John Knox, Cotton Mather, e John Wesley[5], chamaram o Papa de Anticristo. Na Reforma Católica por sua vez Martinho Lutero e outros reformadores foram chamados de Anticristo por terem ocasionado a perda da unidade cristã[6], e "amputado e desmembrado o Corpo de Cristo" (que na Bíblia é referido como a igreja) atualmente a grande maioria dos protestantes e católicos retiraram estas afirmações para reatarem relações (ver ecumenismo). Algumas frases dos reformadores:

Lutero (por volta de 1522)

Oh! Quando não me custou, apesar de que me sustente a Santa Escritura, convencer-me de que é minha obrigação encarar sozinho com o Papa e apresentá-lo como o Anticristo!...(Martyn, págs. 372, 373). “O Papa, quer apagar a luz do Evangelho destinada a iluminar ao mundo. É, então, o Anticristo predito por Daniel, pelo Senhor Jesus Cristo, Pedro, Paulo e o Apocalipse”.[7].

Thomas Cranmer (1489-1556):[8]

(Por ocasião do seu martírio) “E quanto ao papa, Eu o abomino como inimigo de Cristo, e anticristo, com todas as suas falsas doutrinas”.

Confissão de fé Irlandesa (1615) [9]

“O Bispo de Roma é, longe de ser a cabeça da Igreja Universal de Cristo, o que sua doutrina e obras, de fato revelam, que ele é aquele “homem do pecado” predito nas santas Escrituras, a quem o Senhor há de consumir com o espírito de Sua boca, e abolir com o resplendor de sua vinda”

Confissão de Fé de Westminster (1647) (Igreja Presbiteriana) [10]

“Não há outro cabeça da Igreja senão o Senhor Jesus Cristo: (Col. 1:18; Ef.1:22). Em sentido algum pode ser o papa de Roma o cabeça dela, senão que ele é aquele anticristo, aquele homem do pecado e filho da perdição que se exalta na Igreja contra Cristo e contra tudo o que se chama Deus.” (Mat. 23:8-10; 2 Tess. 2:3,4,8,9; Apoc. 13:8).

Confissão de Fé Londrina (1689) (Igreja Batista) [11]

“O Senhor Jesus Cristo é o cabeça da Igreja, aquele que, por designação do Pai, todo poder para o chamamento, instituição, ordem ou governo da igreja foi investido de maneira suprema e soberana; (Col. 1:18; Mat. 28: 18-20; Ef. 4:11,12) Nem pode o papa de forma alguma ser o cabeça dela, mas ele é o anticristo, aquele homem do pecado, e filho da perdição, que se exalta a si mesmo, na igreja, contra Cristo e a tudo que se chama Deus; a quem o Senhor destruirá com o resplendor da sua vinda” (O leitor é dirigido à 2 Tess. 2:2-9).

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